sexta-feira, 24 de maio de 2013

AQUÁRIO.

      Hoje eu olhei fixamente para o meu aquário e senti que meus dois peixes me olharam de volta , eles não são do tipo que demonstram algum tipo de ''proximidade'' talvez por sua natureza, mas por um instante eu me senti dentro do aquário, e eu pude sentir a água fria, as bolhas de água, os cascalhos e a precisão de cada nadada de meus peixes. Também senti a ausência de desconforto por parte deles, ou simplesmente não demonstraram, guardam pra si seus medos, seus desejos e vontades, mas nenhum se compara a liberdade de nadar sem direção, um olhar para o outro e dizer ''Adeus colega de cela '' e seguir seu próprio rumo, nadar como o desconforto de estar sendo observado, é notável essa necessidade deles. Mas por um leve instante eu associei a vida de meus dois peixes com a de muitas pessoas, que vivem em aquários... Pessoas que não tem muita serventia além de exibir sua rica beleza entre cinco vidros e abafar nas bolhas d'água seus problemas. Essas mesmas pessoas sentem a necessidade de viver livre, e assim como meus peixes dizer ''adeus ao colega de cela'' seja ele quem for. Na minha opinião são pessoas que se limitam apenas por respirar, não tentam ter outro tipo de vida que não seja afogada/submersa na água ( que pode ser interpretada de todas as formas ) não vive, nadam por nadar, mas a única diferença entre meus peixes e essas pessoas é que... Eles não tem medo de encarar de volta, não se sentem desconfortados quanto as suas vontades e desejos (de liberdade) estão em questão.
      Essas pessoas vivem em nossa volta, nem eu mesmo sei quem são, mas sei que existem... Aí surge a grande questão/pergunta da finalidade disso tudo, 'Por quê você está falando disso? Ora, são 04:25 da manhã e simplesmente não acontece nada mais interessante além de dormir do que falar de PEIXES?'. É por que quando você se sente em um aquário você sabe diferenciar quando alguém esconde alguma coisa, faça o teste, fixe seus olhos nos olhos de um fulano e procure por águas transparentes, bolhas vazias, ou cascalhos pra cobrir o chão macio. Mas o principal é você criar forças e voltar a superfície, deixar as aparências de lado, não se importar se seu gosto está em questão, e sim como protege-lo , limpar as águas escuras, tratar do passado e dos encargos como pequenas bolhas que explodem com o tempo e acima de tudo tentar achar um lado bom, algo que lhe dê forças pra sempre. E claro, viver em Mar aberto, sem medo dos tubarões e apenas nadar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário